Caso Hyara: Polícia conclui que adolescente foi morta por cunhado de nove anos

A Polícia Civil da Bahia encerrou o inquérito policial que envolveu a trágica morte da jovem Hyara Flor Santos Alves, de apenas 14 anos. A fatalidade ocorreu no mês de julho deste ano, em uma comunidade cigana situada na cidade de Guaratinga, localizada no sul da Bahia. A conclusão da investigação foi anunciada na última quinta-feira (10), sendo posteriormente divulgada na sexta-feira (11) pela Polícia Civil.

De acordo com os detalhes desvendados pela investigação, a fatalidade ocorreu por um triste acidente. O disparo que tirou a vida da adolescente teria sido efetuado de maneira acidental pelo próprio cunhado da vítima. As circunstâncias indicam que o incidente se desenrolou quando uma criança de nove anos, acompanhada de Hyara, estavam brincando com uma pistola no quarto dela.

As informações revelam que a jovem teria proposto ao cunhado um jogo imaginário, no qual ele deveria simular um assalto. Na sequência, enquanto o adolescente manuseava a revólver – que estava carregada – o gatilho foi acidentalmente acionado, resultando no disparo fatal. Paulo Henrique de Oliveira, coordenador da 23ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior / Eunápolis, explicou que “a Hyara falou: ‘Finja que você vai me assaltar e como você faria’. O menor, no manusear da pistola, que estava carregada, pressionou o gatilho, ocorrendo o disparo.”

O desfecho do caso marca uma reviravolta, já que a investigação inicial apontava para uma possível vingança como motivo para o crime. Supunha-se que a motivação do ato estaria relacionada a um suposto relacionamento extraconjugal entre a mãe do adolescente e um tio da vítima. No entanto, os fatos revelados pela investigação não sustentaram essa teoria, e as provas não corroboraram com essa versão.

Quanto à questão da liberação do adolescente envolvido no trágico acidente, a decisão permanece sob a alçada do Ministério Público da Bahia (MP-BA). O coordenador da polícia mencionou que o destino do jovem depende do MP-BA e do pedido de apreensão preventiva. Até o momento, o adolescente permanece sob custódia.

O Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases) emitiu uma nota declarando que não pode divulgar informações sobre jovens que passaram ou estão cumprindo medidas socioeducativas de internação nas suas instalações. Isso se deve à preservação do princípio da proteção integral, conforme estabelecido no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Durante as investigações, emergiu a dinâmica da trágica situação. Constatou-se que o marido de Hyara Flor estava na casa dos pais, acompanhado de um parente da vítima, cuja residência é adjacente à casa do casal. Ambas as residências compartilham um acesso comum pelo fundo. Segundo o relato do menor, o revólver teria caído no chão, sendo recolhida pelo irmão que a descarregou e a colocou em cima de uma penteadeira.

Essa narrativa já havia sido avançada pelos familiares do cunhado e do companheiro de Hyara. Porém, divergências ocorriam entre as partes envolvidas. A família da vítima sustentava a tese de que a tragédia resultara de um ato de vingança, alegando um relacionamento extraconjugal entre um tio de Hyara e a sogra da garota como fundamento.

Para concluir, a investigação da morte da adolescente Hyara Flor Santos Alves trouxe à tona uma dolorosa tragédia familiar. A reviravolta no caso, que inicialmente suscitava suspeitas de vingança, desvendou um trágico acidente originado de uma brincadeira infeliz. O desenlace do incidente agora aguarda decisões judiciais e administrativas para a devida responsabilização e justiça diante da perda de uma vida jovem e promissora.