Doris Monteiro morre no Rio aos 88 anos

Doris Monteiro faleceu aos 88 anos hoje no Rio de Janeiro. Segundo informações da família, a cantora veio a óbito devido a causas naturais, em sua residência na cidade carioca.

Na madrugada desta segunda-feira (24), faleceu no Rio a cantora Doris Monteiro aos 88 anos, conforme informado pela família. A artista, nascida Adelina Doris Monteiro, iniciou sua carreira profissional como cantora na adolescência, no final da década de 40, e consolidou-se nos anos 50 como uma das maiores intérpretes do país. Até o momento, não foram divulgadas informações sobre o velório e o enterro.

Em 1951, ocorreu a gravação do primeiro álbum de Doris. Já no ano subsequente, ela foi aclamada como a “Rainha dos Cadetes”. Durante a fase inicial de sua discografia, compreendendo 15 discos de 78 rotações lançados entre 1951 e 1956 pelas gravadoras Todamérica e Continental, a doce voz da cantora começou a se destacar em um cenário ainda dominado por interpretações sentimentais, à semelhança das rainhas Angela Maria (1929 – 2018) e Dalva de Oliveira (1917 – 1972).

Os sucessos “Se você se importasse” (Peter Pan, 1951) e “Dó ré mi” (Fernando César, 1955) marcaram essa fase seminal de Doris. Ao longo da década de 1950, a cantora alcançou o reconhecimento como uma das principais vozes femininas do país.

Além de sua notável carreira musical, Doris também deixou sua marca no cinema, participando em pelo menos dez filmes e atuando ao lado de renomados nomes como Mazzaroppi, José Lewgoy e Tônia Carrero.

Durante as décadas de 1960 e 1970, Doris Monteiro apresentou um trabalho mais amadurecido, interpretando obras de renomados compositores como Roberto Menescal, Ronaldo Bôscoli, Carlos Lyra, Eumir Deodato, Vinícius de Moraes, Roberto Carlos e Erasmo Carlos, entre outros. Sua voz deu vida às composições desses artistas talentosos.

No início de 2020, Doris se uniu a Claudette Soares e Eliana Pittman para realizar uma gravação em estúdio. O objetivo era registrar o show intitulado ‘As divas do sambalanço’, que o trio havia apresentado durante o ano de 2019, sob a produção de Thiago Marques Luiz.

Com uma carreira sólida e frutífera, Doris acumulou uma discografia impressionante com mais de 20 álbuns gravados, mantendo-se presente nos palcos até o ano passado. Em outubro, celebrou seu 88º aniversário com uma memorável performance no Teatro Rival, situado no Rio de Janeiro. No final desse mesmo ano, emocionou o público ao participar do programa Domingão do Faustão, onde se juntou a Claudette Soares e Eliana Pittman no projeto especial intitulado “Divas do Sambalanço”. No início deste ano, em março, presenteou seus fãs com o lançamento do mais recente disco “Doris, Suavemente”, composto por regravações realizadas em 2004 em colaboração com seu marido, o talentoso pianista Ricardo Júnior.

Dóris Monteiro teve sua vida amorosa marcada por relacionamentos bastante comentados. Quando tinha apenas 18 anos, casou-se com um playboy capixaba, evento que contou com Chacrinha como padrinho e ganhou destaque na capa da revista Manchete. Entretanto, apenas seis meses após a cerimônia, o casamento chegou ao fim e eles se separaram.

Em 1955, surgiram notícias sobre o suposto relacionamento de Dóris Monteiro com Alberto Bandeira, um tenente da Aeronáutica que estava cumprindo pena na Penitenciária Lemos de Brito devido ao rumoroso caso de homicídio conhecido como “Crime do Sacopã”, ocorrido no Rio em 1952. Segundo relatos, Bandeira teria se apaixonado por Dóris durante uma apresentação que a cantora fez na instituição. Apesar de negar qualquer envolvimento amoroso, Dóris o visitou algumas vezes na prisão, o que causou grande interesse da imprensa. Mais tarde, a pena de Bandeira foi revogada, encerrando esse episódio controverso.