Nesse último domingo (27), Fausto Silva, popularmente conhecido como Faustão, passou por um procedimento de transplante cardíaco. Ele vinha sendo tratado no Hospital Albert Einstein em São Paulo desde o dia 5 de agosto, enfrentando uma insuficiência cardíaca e realizando sessões de diálise, enquanto aguardava por um doador compatível. Sua condição de saúde o colocou como uma prioridade na lista de espera para o transplante, o que foi confirmado pela celeridade com que o novo coração foi disponibilizado. A operação teve início no começo da tarde e teve uma duração aproximada de duas horas e meia.
Foi emitido um comunicado médico pelo hospital, indicando que a cirurgia ocorreu sem complicações. Faustão continua sob observação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), uma vez que as próximas horas são cruciais para monitorar a integração do novo órgão e garantir o controle adequado contra possíveis rejeições.
Também por meio de uma declaração oficial, o hospital comunicou que recebeu uma notificação da Central de Transplantes do Estado de São Paulo durante a madrugada deste domingo. A partir desse momento, iniciou-se a análise da compatibilidade do órgão, considerando especificamente o grupo sanguíneo B.
Faustão estava inscrito na lista exclusiva de transplantes do Sistema Único de Saúde (SUS). Projeções indicavam a possibilidade de ele ter que aguardar entre 12 e 18 meses por um doador de coração. Devido à sua condição de saúde, o apresentador recebeu prioridade na ordem de espera.
Conforme o guia do paciente para transplante cardíaco elaborado pela Secretaria da Saúde de São Paulo, a inclusão como destinatário prioritário na lista de alocação de órgãos depende da “gravidade da situação clínica do paciente, seguindo critérios claramente definidos e preestabelecidos pelo Ministério da Saúde.”
De acordo com uma estimativa média fornecida pelo HCor, um hospital em São Paulo conhecido por seu expertise no tratamento de problemas cardíacos, a espera por um coração em casos mais graves de insuficiência cardíaca pode variar de dois a três meses. Para situações de menor risco, o período de espera pode se estender até 18 meses.
Conforme o cirurgião cardiovascular Edmo Atique Gabriel explicou, no contexto do transplante cardíaco, existem duas categorias na lista de espera: uma fila padrão para pacientes estáveis, que não dependem de medicação constante e não requerem internações frequentes, e outra fila com prioridade.
Na fila de prioridade, os pacientes manifestam um declínio gradual da função cardíaca, chegando a uma fração de ejeção inferior a 30%, além de necessitarem de medicação para manter a pressão arterial estável, dependerem de dispositivos mecânicos para reforçar a função cardíaca e mostrarem indícios de falência em outros órgãos, como insuficiência renal que exige tratamento de hemodiálise.
De acordo com informações prévias divulgadas em um comunicado médico, a equipe do Hospital Albert Einstein havia detalhado a prioridade de Faustão para a intervenção cirúrgica. O apresentador estava sob cuidados intensivos, recebendo medicação para melhorar a capacidade de bombeamento do coração.
Além disso, ele estava passando por sessões de diálise, um processo artificial que visa eliminar resíduos e excesso de líquidos do corpo, essencial quando a função renal não está ocorrendo de maneira adequada.
“Na fila de prioridade, há de fato uma possibilidade concreta de que o transplante seja realizado com mais rapidez, uma vez que os corações doados são inicialmente destinados aos pacientes em estado mais crítico. No entanto, mesmo com essa priorização, é fundamental que haja um certo grau de compatibilidade entre o doador e o receptor, levando em consideração fatores físicos e certos indicativos imunológicos”, explicou o Dr. Gabriel.