Lula e Janja visitam o Vaticano e se encontram com o papa Francisco. O ex-presidente brasileiro está em Roma para uma série de reuniões com líderes internacionais.
Nesta quarta-feira (21), o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua esposa, Janja Lula da Silva, tiveram um encontro com o papa Francisco no Vaticano. Lula está em Roma para uma série de reuniões com diversas autoridades.
Em suas redes sociais, Lula expressou sua gratidão ao Papa Francisco pela audiência no Vaticano e pela enriquecedora conversa sobre a paz global. Antes de sua viagem, Lula havia mencionado sua intenção de agradecer ao papa por seu apoio durante seu período de prisão em Curitiba, bem como abordar outros temas, incluindo a necessidade de combater a desigualdade e estabelecer uma coalizão de nações em defesa da paz na Ucrânia, que foi invadida pela Rússia. Além disso, Lula mencionou seu convite ao Papa Francisco para visitar o Círio de Nazaré em Belém. Durante o encontro, a primeira-dama presenteou o papa com uma réplica da imagem de Nossa Senhora de Nazaré, padroeira da Amazônia e símbolo do evento.
O papa presenteou Lula com uma obra que simboliza a fragilidade da paz. Francisco mencionou que essa peça foi criada nas oficinas do Vaticano. Em Roma, Lula teve um encontro com o presidente da Itália, Sergio Mattarella, durante sua estadia na capital italiana. Além disso, ele também realizou reuniões com a primeira-ministra Giorgia Meloni e o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri.
A amizade duradoura e o compromisso com questões sociais são os laços que unem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o papa Francisco. Nesta quarta-feira (21/6), Lula tem agendado um encontro com o pontífice argentino no Vaticano, logo após sua reunião com o presidente da Itália, Sergio Mattarella, no Palácio do Quirinal, residência oficial do líder italiano.
De acordo com o governo brasileiro, Lula e Francisco devem discutir sobre “paz, desigualdade social e combate à pobreza”, temas que são frequentemente abordados em seus discursos. A relação entre os dois remonta a mais de duas décadas, quando Jorge Bergoglio, nome de batismo do papa, ainda atuava como cardeal em Buenos Aires.
Com a colaboração do amigo Alberto Fernández, presidente da Argentina, Lula foi recebido pelo papa Francisco no Vaticano em fevereiro de 2020. Durante esse encontro, discutiram questões como fome, desigualdade social e intolerância. Francisco expressou apoio a Lula em várias ocasiões, especialmente durante o período em que o presidente estava detido.
Ele afirmou, por exemplo, que o julgamento que resultou na prisão de Lula foi baseado em notícias falsas (“fake news”). Além disso, o papa destacou que Lula foi injustamente condenado e mencionou que a ex-presidente Dilma Rousseff é uma pessoa honesta. Devido a essas posições, o pastor e deputado federal Marcos Feliciano (PL-SP) rotulou Francisco como um “ativista de esquerda”, crítica frequente feita por seus opositores.
Segundo o jornalista Austen Ivereigh, autor de uma biografia sobre o papa Francisco e estudioso de teologia na Argentina, Bergoglio foi profundamente influenciado pelas ideias peronistas durante sua juventude.
“Não se trata nem de esquerda nem de direita”, declarou ele em uma entrevista à BBC em 2015. “No entanto, o peronismo está enraizado em um ressurgimento nacionalista ocorrido na Argentina nas décadas de 30 e 40, e estava fortemente ligado à classe trabalhadora, em especial aos sindicatos”.
No final do mês passado, Lula teve uma conversa telefônica com o papa e o convidou para visitar o Brasil. No entanto, a possibilidade dessa viagem está condicionada à saúde de Francisco, uma vez que ele passou recentemente por uma cirurgia de hérnia abdominal.
Lula também expressou sua intenção de repetir o convite a Francisco durante sua estadia no Vaticano, convidando-o a participar do Círio de Nazaré, uma das maiores celebrações católicas do mundo, que ocorre em outubro, na cidade de Belém (PA).