Durante a reunião ocorrida ontem (23), a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre Criptomoedas deu o aval para acessar as informações bancárias dos artistas Tatá Werneck e Cauã Reymond, além do apresentador Marcelo Tas, vinculado à TV Cultura. Após essa decisão, o comunicador emitiu uma declaração em que expressou críticas à escolha dos parlamentares, reafirmando que não tem pendências com ninguém.
“No decorrer da semana passada, recebi uma intimação surpreendente para me apresentar como um dos investigados em uma CPI, junto com Tatá Werneck e Cauã Reymond. A ironia foi notável”, comentou o apresentador e analista da TV Cultura durante a exibição do “Jornal da Cultura” na noite passada. Na sequência, ele detalhou a relação dos três com a empresa que está sob investigação.
“O Cauã e a Tatá participaram de uma campanha publicitária para a TV, enquanto eu conduzi uma entrevista patrocinada no G1 com uma empresa que está sob investigação. Essa foi a situação… Já pensou se todos os atores que fizeram propaganda para empresas que enfrentaram problemas, como os que fizeram para as Americanas, fossem convocados para a CPI?”, ele perguntou.
“Nada a esconder”
Durante sua declaração, ele afirmou que não possui segredos relacionados à investigação. “Eu já comuniquei ao respeitável relator que estou à disposição da CPI. Hoje, um membro da Câmara solicitou a quebra do sigilo bancário meu, da Tatá e do Cauã. O que isso implica? Não tenho assuntos ocultos, mas a afiliação partidária desse deputado, adivinhe qual é? Duas letras. Do PL.”
Tatá e Cauã haviam recebido uma convocação para estar presente na comissão no dia 15 passado, porém obtiveram um habeas corpus do ministro André Mendonça, do STF (Supremo Tribunal Federal), que os isentou de comparecerem. Os dois astros, assim como Tas, participaram de campanhas publicitárias para a Atlas Quantum, uma empresa acusada de envolvimento em um esquema fraudulento de R$ 7 bilhões, afetando cerca de 200 mil investidores.
De acordo com um comunicado, a equipe jurídica de Tatá Werneck informa que ela apenas “colaborou com uma campanha publicitária há cinco anos, quando a empresa desfrutava de uma reputação sólida no setor”, e que recebeu a notícia de que seu sigilo seria quebrado “com grande surpresa, uma vez que não cometeu nenhuma infração”. O comunicado ainda acrescenta: “Como artista, ela não teria como antever que a empresa se envolveria em atividades fraudulentas anos depois.”