Na noite de quinta-feira (16), o renomado ator Tony Ramos, de 75 anos, precisou de internação e cirurgia para drenar um hematoma subdural, um tipo de sangramento intracraniano. Segundo o boletim médico do Hospital Samaritano, em Botafogo, Rio de Janeiro, seu estado de saúde é estável.
Em uma entrevista ao Terra Você, o neurocirurgião Victor Hugo Espíndola esclarece que existem dois tipos desse sangramento, localizado abaixo da dura máter, uma das membranas que envolvem o cérebro: o agudo e o crônico.
O hematoma subdural agudo geralmente resulta de traumas mais graves, como acidentes de carro, quedas de moto ou quedas de grandes alturas. Por outro lado, o hematoma subdural crônico se desenvolve gradualmente e pode ocorrer mesmo após traumas de baixa intensidade.
O médico explica que o hematoma subdural crônico é mais comum em idosos, bem como em pessoas que tomam medicamentos anticoagulantes ou antiagregantes e aqueles que abusam do álcool.
“No caso do Tony Ramos, provavelmente foi um hematoma subdural crônico”, afirma o especialista. “Os sintomas podem variar desde dores de cabeça até quadros mais graves, como perda de força em um lado do corpo, sonolência e, se não tratado, até mesmo coma.”
O neurocirugião Felipe Mendes diz que pode haver o risco de algumas sequelas em casos de hematoma subdural. Entre elas:
Dificuldades motoras;
Problemas de fala;
Alteração de memória;
Mudanças de personalidade e outras disfunções cognitivas.
“A gravidade das sequelas geralmente está relacionada ao tamanho do hematoma, à rapidez e à eficácia do tratamento, além da presença de danos cerebrais subjacentes”, ressalta o especialista.
Quais as chances de recuperação de um hematoma subdural ?
Mendes ainda enfatiza que a recuperação de um hematoma subdural é influenciada por diversos fatores, como a idade do paciente, a extensão do hematoma, a rapidez no diagnóstico e tratamento, além do estado de saúde prévio do paciente.
Nos casos agudos, o prognóstico pode ser mais grave, especialmente em idosos e pacientes com distúrbios de coagulação. Por outro lado, os hematomas subdurais crônicos tendem a ter uma evolução melhor, com taxas de recuperação significativamente mais altas quando tratados adequadamente.
Saiba mais:
Os hematomas intracranianos ocorrem quando um trauma craniano causa o acúmulo de sangue dentro do cérebro ou entre o cérebro e o crânio.
Os sintomas podem incluir dores de cabeça persistentes, sonolência, confusão, alterações de memória, paralisia no lado oposto do corpo, dificuldades na fala ou linguagem, e outros sintomas, dependendo da região do cérebro afetada.
Para detectar um hematoma intracraniano, geralmente é realizada uma tomografia computadorizada ou uma ressonância magnética.
Em alguns casos, pode ser necessário realizar uma cirurgia para drenar o sangue do hematoma.
Os hematomas intracranianos são frequentemente resultado de traumas cranianos, mas em algumas situações, podem ocorrer espontaneamente. Existem diferentes tipos de hematomas intracranianos, incluindo:
- Hematomas epidurais, que se formam entre o crânio e a camada externa (dura-máter) das membranas que cobrem o cérebro (meninges).
- Hematomas subdurais, que se formam entre a camada externa e a camada média (aracnoide-máter) das meninges.
- Hematomas intracerebrais, que se formam dentro do próprio tecido cerebral.
Após uma lesão, também pode ocorrer sangramento entre a aracnoide-máter e a camada interna (pia-máter) das meninges. Esse tipo de sangramento é chamado de hemorragia subaracnoide. No entanto, como o sangue subaracnoide geralmente não se acumula em um local específico, não é considerado um hematoma.