Ministério da Saúde resgata indígenas Yanomami com desnutrição grave e malária

Indígenas doentes que vivem na terra Yanomami, a maior reserva indígena existente no Brasil foram resgatados com quadros de desnutrição grave e malária, de acordo com informações do Ministério da Saúde. Desde a última segunda-feira (16), equipes da pasta prestam atendimentos na localidade.

Desde o princípio dos atendimentos, técnicos do Ministério da Saúde resgataram ao menos oito pacientes crianças, que estão em estado crítico. As crianças foram levadas para a capital Boa Vista.

Na última terça-feira (17), um recém-nascido yanomami, de apenas 18 dias de vida, com quadro de pneumonia, recebeu atendimento médico e foi encaminhado para Boa Vista. A mãe que é da comunidade Loko andou por três horas até chegar na Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI), no polo base de Surucucu. A criança chegou a ter cinco paradas cardíacas.

Diante o exposto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta sexta-feira (20), revelou ter recebido “informações sobre a absurda situação de desnutrição de crianças Yanomami”. O chefe do poder executivo se programa para viajar ao estado para acompanhar o caso mais de perto.

O Ministério da Saúde ressaltou que está realizando uma missão com a finalidade de preparar um diagnóstico sobre a crise sanitária no território. O objetivo é ofertar serviços de saúde aos mais de 30,4 mil indígenas que moram em comunidades da região.

“Nos últimos anos, a população Yanomami passou por desassistência e dificuldade de acesso aos atendimentos de saúde. Casos de desnutrição e insegurança alimentar, principalmente entre as mais de 5 mil crianças da região, foram registrados”, disse o Ministério da Saúde.

“Profissionais de saúde relatam falta de segurança e vulnerabilidade para continuar os atendimentos, dificultando ainda mais a assistência médica aos indígenas”, disse.

Indígenas que moram em comunidades afastadas geograficamente e de difícil acesso, no meio da Amazônia, sofrem com a falta de assistência regular de saúde. Nesse meio tempo, garimpeiros ilegais destroem a floresta em busca de ouro.

Em novembro de 2021, o Fantástico e o g1 denunciaram a fragilidade na assistência de saúde da região, o que acarreta em desnutrição e malária – situação em grande parte agravada pelo garimpo ilegal.