Um caso que parece saído de roteiro de filme policial ganhou destaque na mídia indiana nas últimas semanas. Uma jovem chamada Sonam Raghuvanshi, de 25 anos, foi presa depois de ter sumido logo após o assassinato brutal de seu marido, Raja, de 30, durante a lua de mel do casal no estado de Meghalaya — uma região montanhosa e conhecida por suas paisagens deslumbrantes no nordeste da Índia.
A história chocou o país. Casados há poucos dias, Sonam e Raja haviam partido para a viagem no dia 20 de maio. O que era pra ser uma comemoração virou pesadelo. Apenas quatro dias depois, ambos desapareceram sem deixar pistas claras.
A princípio, tanto a família de Raja quanto a de Sonam acreditavam que ela também havia sido vítima de um possível sequestro ou mesmo assassinada junto com o marido. Com isso, iniciaram uma campanha intensa nas redes sociais e em jornais locais, clamando por ajuda e criticando a polícia por não agir com firmeza. Cartazes foram espalhados, hashtags surgiram e até líderes de casta se envolveram.
Mas tudo mudou quando, cerca de uma semana depois, o corpo de Raja foi encontrado em estado de decomposição, jogado num desfiladeiro cercado por neblina espessa e com a garganta cortada. A cena era de filme: lama, chuva intensa, visibilidade quase zero e socorristas descendo colinas à procura de pistas.
Junto ao corpo, estavam faltando objetos pessoais como uma corrente de ouro, o anel e a carteira dele. A partir daí, começou a suspeita de que o crime pudesse ter sido premeditado. E o que veio depois pegou muita gente de surpresa.
Sonam apareceu. E não apenas viva — mas como a principal suspeita do assassinato. Segundo a polícia local, ela teria contratado quatro homens pra matar Raja. Todos os suspeitos foram presos.

O superintendente de polícia Vivek Syiem afirmou em coletiva de imprensa que Sonam seria a mente por trás do crime, apesar de ainda não divulgar a motivação oficial. Quando um jornalista perguntou se ela teria um caso extraconjugal com um dos envolvidos, Syiem respondeu de forma indireta: “Se você ligar os pontos… parece que sim”. Mas deixou claro que tudo ainda estava sendo apurado.
Detalhes sobre a relação dos dois começaram a ser levantados. O casamento, que aconteceu em 11 de maio na cidade de Indore, teria sido arranjado pelas famílias, prática ainda comum em partes da Índia, embora o casal parecesse satisfeito com a união. O irmão de Raja, Vipin Raghuvanshi, chegou a dizer à BBC que não houve brigas antes ou depois da cerimônia. Eles até escolheram Meghalaya porque ouviram falar que os vales de lá eram “muito bonitos” — e realmente são.
O pai de Sonam, Devi Singh, saiu em defesa da filha, dizendo que “ela é inocente e não poderia ter feito isso”, reforçando a ideia de que algo mais complexo estaria por trás da situação.
Apesar da prisão, muitos ainda se perguntam o que levou uma recém-casada a cometer — ou planejar — um crime tão brutal. Amor frustrado? Pressão familiar? Traição? Ou apenas uma armadilha mal planejada?
Enquanto isso, o caso segue repercutindo em todo o país, com pedidos para que a investigação passe para mãos federais, dada a gravidade e a comoção pública. Até o momento, as respostas ainda são poucas. Mas uma coisa é certa: o que era pra ser o começo de uma nova vida acabou virando manchete de tragédia nacional.