Você sabia que o câncer de testículo é uma doença que afeta predominantemente homens na faixa etária entre 15 e 35 anos? Embora seja considerada uma condição rara, com menos de 150 mil casos registrados por ano no Brasil, é crucial disseminar conhecimento sobre os sinais e sintomas para promover um diagnóstico precoce e um tratamento eficaz.
Conforme apontado pelo médico uro-oncologista André Berger, ao contrário de outros tipos de tumores urológicos que geralmente se manifestam com o envelhecimento, o câncer de testículo tem uma predileção por afetar os jovens. Isso torna a doença ainda mais significativa em termos de impacto, ressaltando a importância de conscientização e detecção precoce.
“Não há uma causa definida, mas podemos elencar fatores de risco que incluem história familiar de câncer testicular, criptorquidia (testículo não descido), radiação por tratamento ou por ocupação e algumas condições genéticas, como síndrome de Klinefelter”, explica o uro-oncologista, em entrevista ao Terra.
Quais os sintomas?
Os sintomas da doença podem variar consideravelmente de pessoa para pessoa, e é possível que alguns homens não apresentem sinais da doença em seus estágios iniciais. No entanto, quando os sintomas aparecem, podem incluir a presença de um caroço ou inchaço em um dos testículos, mesmo sem dor aparente; mudanças na textura dos testículos, como aumento da firmeza ou irregularidades; sensação de desconforto na região inferior do abdômen ou nas costas; e sintomas mais gerais, como fraqueza, tosse e falta de ar.
Procure um médico
É importante destacar que outras condições médicas, como infecções ou lesões, podem apresentar sintomas semelhantes aos do câncer testicular. Por isso, ao notar qualquer um desses sinais, é essencial buscar orientação médica para obter um diagnóstico preciso e iniciar o tratamento adequado.
Diagnóstico e significado do autoexame
O especialista em uro-oncologia ressalta a importância crucial do autoexame na identificação precoce do câncer de testículo. “Realizar o autoexame regularmente é fundamental para detectar possíveis irregularidades em estágios iniciais. Embora não haja uma recomendação universal sobre a frequência do autoexame, o ideal é fazê-lo mensalmente”, conclui o médico.
Saiba mais:
O câncer é caracterizado pelo crescimento desordenado e maligno de células que invadem tecidos e órgãos, podendo se espalhar para outras partes do corpo (metástase), sendo também conhecido como neoplasia maligna.
A maioria das neoplasias surge a partir de uma única célula que sofre alterações em seus mecanismos de regulação da divisão, multiplicação e morte celular.
Existem diferenças distintas entre células normais e malignas. As células malignas frequentemente exibem características fenotípicas que lhes conferem vantagens na proliferação em relação às células normais: autonomia em sinais proliferativos, insensibilidade a sinais antiproliferativos, resistência à morte celular, potencial de divisão celular ilimitado (imortalidade), capacidade de angiogênese sustentada (formação de novos vasos sanguíneos para seu próprio suprimento) e capacidade de invadir tecidos próximos e distantes (metástase).
As células malignas adquirem esse fenótipo maligno principalmente por alterações genéticas, frequentemente causadas por fatores ambientais como tabagismo, obesidade, dieta e vírus, e em menor medida por fatores herdados de pais ou mães. Essas alterações genéticas geralmente modificam o fenótipo das células normais, tornando-as malignas, através de alterações bioquímicas em proteínas e metabólitos celulares, ou por mutações em genes cruciais na regulação da proliferação, divisão e morte celular.