A apresentadora Sonia Abrão resolveu abrir o jogo sobre o que achou da edição mais recente do Troféu Imprensa, exibido neste ano pelo SBT. Durante uma conversa bem solta no programa Chupim, da Rádio Metropolitana, ela soltou o verbo e não poupou críticas, especialmente ao comentar a fala de Felipeh Campos, que gerou certa polêmica durante a premiação.
“Jornalista de verdade. Foi o que faltou. Especialistas nessa área, nesse mundo. Eu vou falar para vocês: foi muito difícil!”, disparou Sonia, visivelmente incomodada com o que viu e ouviu durante o evento. A jornalista, que hoje está na RedeTV!, deixou claro que só marcou presença por consideração a algumas pessoas da emissora e pelo respeito à história dela mesma com o SBT.
“Eu só fui mesmo para não faltar com um pessoal que… O SBT continua sendo a minha casa. Minha carreira toda foi desenvolvida lá”, afirmou, demonstrando um certo desconforto, mas também um carinho especial por sua trajetória na emissora de Silvio Santos.
Sonia fez questão de elogiar colegas como Celso Portiolli e Patricia Abravanel, que participaram da cerimônia. No entanto, o peso da ausência de Silvio Santos — que faleceu em 2024 — foi muito sentido por ela. “Quando eu botei o pé na porta e vi aquele painel, ‘Troféu’ e o Silvio não estava lá… Foi uma coisa muito forte”, disse, emocionada.
A ausência do comunicador mais lendário da televisão brasileira deixou um clima estranho no ar. Segundo Sonia, a energia do evento estava diferente. Ela comentou ainda sobre como se sentiu deslocada ao se deparar com pessoas que não eram rostos familiares na bancada.
“Quando você vai para a bancada, cadê os seus colegas de anos e anos? Tinha muita gente estranha. Não tô detonando ninguém, mas… é outra vibe”, refletiu, sem esconder um certo incômodo. Sonia, que sempre teve um estilo direto de se expressar, pareceu estar tentando ser diplomática — mas o sentimento de que algo estava fora do lugar era evidente.
É interessante observar que esse tipo de desabafo não é raro vindo dela. Sonia Abrão sempre foi conhecida por não medir palavras quando algo a incomoda, principalmente no que diz respeito ao jornalismo e à televisão, que são as áreas onde ela construiu seu nome com tanto esforço.
A crítica à falta de jornalistas experientes pode até soar dura, mas vem de alguém que passou décadas no ramo e viu de perto a evolução (e involução) da TV brasileira. No contexto atual, onde influenciadores e celebridades digitais muitas vezes ocupam espaço de jornalistas formados, a fala dela também levanta uma discussão válida sobre a responsabilidade de quem ocupa o microfone.
Apesar do tom meio melancólico, Sonia não deixou de mostrar respeito à história do Troféu Imprensa e à figura de Silvio Santos. E embora tenha se mostrado incomodada com certas situações, sua presença no evento foi, de certa forma, uma forma de homenagem.
No fim das contas, ela foi sincera como sempre — e, gostando ou não, é isso que o público espera de Sonia Abrão: transparência, opinião e, claro, muita emoção envolvida. Afinal, a televisão brasileira, com todos os seus altos e baixos, é feita também por quem se importa de verdade.