Vírus respiratório: Crianças de 0 a 4 anos são as mais atingidas; conheça o vilão da temporada

O VSR (vírus sincicial respiratório) é um vírus pouco conhecido, mas que sempre esteve presente no Brasil, circulando junto com outros vírus respiratórios. Ele é bem semelhante ao vírus influenza, causador da gripe, e pode causar sintomas parecidos com os de um resfriado comum, como febre, tosse, espirros, coriza e mal-estar.

Em pessoas acima de 18 anos com imunidade elevada e boas condições de saúde, os sintomas desaparecem em poucos dias. No entanto, entre os pequenos e os mais velhos, a infecção pode evoluir e atingir brônquios, alvéolos e pulmões, o que pode ser fatal. Em casos graves, o VSR pode causar bronquiolite, doença que dificulta a chegada do oxigênio aos pulmões, e pneumonia, principalmente em bebês prematuros ou no primeiro ano de vida.

Um fato importante sobre o VSR é que ele não dá imunidade duradoura, ou seja, as reinfecções são comuns. A tendência é que nas próximas infecções o paciente apresente sintomas mais leves, mas o risco é maior em crianças que não têm imunidade ou em idosos que perderam a imunidade.

A transmissão do VSR é muito contagiosa e pode ser transmitida pelo ar ou pelo toque de objetos contaminados. Para prevenir a infecção, é preciso evitar ambientes fechados com aglomeração, fazer a higienização das mãos e usar máscaras. Essas medidas são muito parecidas com as que estamos vivendo durante a pandemia da COVID-19.

Quanto à época do VSR, de acordo com o pediatra infectologista Renato Kfouri, as infecções por VSR sempre precedem os casos de influenza no Brasil. A sazonalidade do vírus varia de acordo com a região: no Norte, por exemplo, começa em fevereiro. Já no Sul, em abril. Em todos os casos, o período de prevalência das infecções vai, no máximo, até agosto, segundo o Ministério da Saúde.

No entanto, a pandemia desorganizou o protagonismo dessa circulação. No período de confinamento, muitas crianças não desenvolveram a imunidade necessária contra o VSR. Segundo estudos, a maioria das crianças tem contato com o vírus até os 3 anos de idade, mas sem complicações graves. Com a retomada das rotinas e a retirada da máscara, as crianças começaram a se infectar novamente. E agora estamos vendo um aumento na circulação do vírus e mais crianças infectadas.

Isso justifica os casos de VSR registrados fora de época. Mas, mesmo com o vírus circulando em períodos não esperados, o pico sempre ocorre nos meses mais frios. Foram registradas mais de 7,2 mil infecções por VSR entre abril e julho de 2022, contra 4,1 mil entre outubro do mesmo ano e janeiro de 2023.

Existe vacina contra VSR?
Até o momento não. Farmacêuticas no mundo todo estão há anos trabalhando duramente na criação de uma vacina contra o VSR por conta da letalidade do vírus em bebês e idosos.

A Pfizer tem elaborado uma vacina para gestantes, que protegem a mãe e a criança contra o VSR, e outra para idosos. Testes clínicos de fase 3 mostraram uma eficácia de mais de 80% nos dois imunizantes;