Avião da Air France cai no mar matando todos a bordo “Nada sobrou” – Vídeo

Em 1º de junho de 2009, há 15 anos, o centro de controle aéreo de Dacar, no Senegal, aguardava o contato do voo AF 447 da Air France, que partira do Rio de Janeiro com destino a Paris. A torre de controle é o primeiro ponto de contato das aeronaves após cruzarem o Atlântico Sul. Naquela madrugada, dezenas de aviões seguiram o mesmo caminho. No entanto, o voo da Air France jamais respondeu.

A tragédia do voo AF 447, que resultou na perda de 228 vidas, permaneceu cercada de mistério por anos. Para muitos, era difícil aceitar que um avião moderno como o Airbus A330-200 simplesmente desaparecesse em uma rota intercontinental.

As respostas só vieram quase dois anos depois, quando os destroços do avião, incluindo as caixas-pretas, foram encontrados no fundo do oceano. Descobriu-se então que, em menos de cinco minutos, um voo que começara como qualquer outro se transformara em uma tragédia.

Na noite de 31 de maio, o Airbus partiu do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio. Na cabine de comando estavam o comandante, Marc Dubois, de 58 anos, o copiloto, Pierre-Cédric Bonin, de 32 anos, e um terceiro piloto, David Robert, de 37 anos.

A presença de pelo menos três tripulantes é padrão em voos transatlânticos, para garantir que nenhum dos membros exceda o limite máximo de horas de trabalho estabelecido, em conformidade com as normas de segurança da aviação comercial.

“A Air France utilizava três pilotos nessa rotação. A maior parte das outras companhias usa quatro, sendo dois comandantes e dois copilotos que se revezam”, afirma o escritor e aviador Ivan Sant’Anna, autor de livros sobre o tema.

Após a decolagem, David Robert se dirigiu à área de descanso, próxima à cabine de comando, com a intenção de retornar ao cockpit para render o comandante Dubois algumas horas antes do acidente.

Robert era o membro da tripulação com mais horas voadas no Airbus A330. Por outro lado, Pierre-Cédric Bonin, que estava pilotando a aeronave durante o percurso, era o menos experiente. No entanto, isso não significava que ele não fosse capaz de pilotar o voo. Como explica Sant’Anna, todos os pilotos são treinados para realizar todas as funções que um comandante executa.

Falha nas sondas pitot

A aviação comercial moderna é regida por uma série de medidas de segurança para prevenir acidentes. Um avião que cruza o oceano é projetado com sistemas essenciais que possuem várias camadas de redundância. Isso significa que, caso um componente falhe, outro assume sua função, garantindo a segurança da aeronave.

Essa redundância é aplicada também ao Airbus A330 que operava a rota entre o Rio de Janeiro e Paris. O avião havia passado por um ciclo de manutenção em abril daquele ano. No entanto, no voo AF 447, uma falha técnica ocorreu.

Ivan Sant’Anna explica que os aviões são equipados com um dispositivo chamado sondas pitot, ou tubos de pitot, que são literalmente tubos instalados na parte externa da aeronave e medem a velocidade do avião em relação ao ar. Esse é um parâmetro crucial para determinar a sustentação da aeronave. Os dados coletados por essas sondas alimentam os computadores de bordo, os sistemas de navegação e são utilizados pelo piloto automático, que normalmente está ativo durante toda a fase de voo de cruzeiro.



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