O homem suspeito de matar a esposa Jaine Pereira Kochanski dentro de casa, na frente dos filhos, e usar as redes sociais dela para falar sobre o crime, morreu em uma batida de carro em Tibagi, nos Campos Gerais do Paraná, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A colisão ocorreu no início da tarde desta sexta-feira (5), na BR-153. Segundo a PRF, o carro em que o suspeito estava invadiu a pista contrária e colidiu de frente com uma carreta. Ele morreu no local.
Após assassinar a esposa, o homem fugiu e era procurado pela polícia.
Jaine, de 27 anos, foi assassinada a facadas no início da madrugada desta sexta-feira (5), em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná.
De acordo com o delegado Luiz Gustavo Timossi, testemunhas afirmaram que a mulher e o homem tinham saído de casa na noite de quinta-feira (4). Ela chegou antes, e o marido, logo depois.
Vizinhos relataram ter ouvido uma discussão, e cerca de 20 minutos após a chegada do homem, ele procurou uma vizinha e pediu que ela ficasse com os filhos do casal, alegando ter matado a esposa por causa de uma suposta traição, explicou Timossi.
A Polícia Civil também está investigando uma postagem feita em uma rede social da vítima, assinada pelo homem.
O texto afirma que, na noite de quinta-feira (4), Jaine disse que ia à casa de uma amiga, mas o homem descobriu que ela estava em um motel.
Horas antes, a jovem havia publicado fotos temporárias de um jantar com uma amiga.
Saiba mais:
O feminicídio é o assassinato de uma mulher resultante de violência doméstica ou discriminação de gênero. Em 2015, foi sancionada no Brasil a Lei do Feminicídio, a Lei nº 13.104/15, que altera o Código Penal brasileiro ao instituir um novo agravante específico de homicídio: o feminicídio. Este é definido como o homicídio ocorrido contra uma mulher em decorrência de discriminação de gênero, ou seja, por sua condição social de mulher, podendo também ser motivado ou concomitante com violência doméstica.
A violência contra a mulher, que nos casos mais graves acarreta o feminicídio, é uma questão preocupante no Brasil. Dados levantados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indicam que, a cada uma hora e meia, um feminicídio foi cometido em território brasileiro entre os anos de 2007 e 2011, logo após a sanção da Lei 11.340/06, mais conhecida como Lei Maria da Penha, que visa coibir a violência doméstica cometida contra mulheres. Esses dados destacam a necessidade contínua de tratar o feminicídio com maior rigidez, justificando a implementação da lei.
A Lei do Feminicídio introduz uma nova categoria de homicídio no Código Penal brasileiro. No Código Penal, já existiam o homicídio simples e os homicídios qualificados. A Lei do Feminicídio introduz uma nova seção qualificadora dos homicídios simples, o que resulta em penas mais severas. Enquanto o homicídio simples pode acarretar penas de 6 a 20 anos de reclusão, os homicídios qualificados podem levar a condenações de 12 a 30 anos de reclusão.
Além disso, a Lei do Feminicídio altera a Lei dos Crimes Hediondos (Lei nº 8.072/90), classificando o feminicídio como um crime hediondo. Isso implica que o julgamento de tais casos seja conduzido especialmente por um Tribunal do Júri, mais conhecido como júri popular, que decide a culpabilidade do acusado.