Na casa da família em São Paulo, eles falam sobre essa iniciativa musical que une suas vozes e sentimentos.
Para além dos sentimentos mútuos de amor e admiração, a música sempre desempenhou um papel significativo na relação entre Orlando Morais (61) e suas filhas: Cleo (40), Anttónia (31) e Ana Morais (23). Desde a infância, as meninas se reuniam com o pai para compartilhar momentos musicais. Com o passar do tempo, essa diversão ganhou asas! Agora, o quarteto lança o projeto musical intitulado “Eu & Elas”, uma banda onde eles harmonizam suas vozes e emoções.
“Essa banda não segue uma hierarquia. Ela nasce do profundo amor que compartilhamos. É uma oportunidade de estarmos juntos, porque nos amamos e partilhamos o gosto pela música! Não há regras rígidas ou objetivos pré-determinados; é tudo muito fluido. Nunca estive preso aos resultados”, enfatiza Orlando, enquanto está no apartamento da família em São Paulo.
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“Percebo que as pessoas apreciam nos ver como uma família completa no mundo do entretenimento, uma família do show business que se dá harmoniosamente. Isso é trabalho, mas também proporciona diversão”, complementa Cleo. “Somos uma família extremamente amorosa, porém com personalidades marcantes! Quando começamos a ensaiar, em apenas uma semana conseguimos preparar um show completo. Foi algo surreal, a confirmação de que estávamos seguindo pelo caminho certo”, relata Ana Morais. “No início de nossas carreiras, acredito que buscávamos individualmente nossos próprios caminhos antes de pensar em colaborar, porque todos somos muito independentes. E é reconfortante estar com eles. Há um aspecto desafiador, que é cantar como um quarteto, mas também alivia um pouco da pressão de uma carreira solo. Você divide o peso e a pressão com pessoas que ama e se diverte”, compartilha Anttónia.
Unido a Gloria Pires (59) em matrimônio e ainda pai de Bento (18), Orlando incorpora na banda os princípios que sempre defendeu no ambiente doméstico. “Dentro da minha família, sempre houve uma atmosfera de liberdade para explorar todas as possibilidades, sem julgamentos. Meus filhos são indivíduos livres, vibrantes e responsáveis. Não os criei para serem modelos a seguir; criei seres humanos capazes de cometer erros e acertos”, explica ele, atuando como tanto como instrutor quanto como aprendiz!
“Essa geração atual tem conhecimento superficial sobre muitas coisas e profundidade em poucas. Aprendo muito com a rapidez da observação, das conclusões e com as músicas que eles compartilham comigo… mas ainda assim, não consigo deixar de ser pai, não consigo sair desse papel”, compartilha o artista. No ambiente doméstico ou no palco, o que realmente prevalece é o vínculo familiar. “Quando eu vivia em Paris, nossas conversas por telefone faziam-me sentir até mesmo o aroma da casa, daquele amor, da diversão. Antes da pandemia, voltei ao Brasil, fui infectado com a covid-19, fiquei muito doente e, mesmo diante da possibilidade de não sobreviver, meu maior pesar era imaginar como eles continuariam sem mim. Depois que você se torna pai, o sono é escasso, o celular nunca é desligado; tentei trabalhar nisso durante a terapia, mas sou assim!”, confidencia ele. O artista planeja retornar à Cidade Luz para lançar um novo álbum.
Equilibrando-se entre a música e a atuação, Cleo revela que enfrentou pressões quando deu início à sua carreira, devido à sua família de artistas. “Senti o peso das expectativas das pessoas por ser filha de figuras públicas, senti a necessidade de seguir um padrão. Porém, eu nunca busquei atender às expectativas de outros, não me importo com isso”, declara ela, sempre autêntica. Filha de Gloria e Fabio Júnior (69), Cleo tem Orlando como seu pai de criação e fonte de inspiração. “Ele me proporcionou a compreensão do que é ter um pai e isso me concedeu força e confiança”, ressalta a estrela. Em relação aos irmãos, como a primogênita, ela carrega um instinto maternal. “Para mim, eles sempre serão como crianças; eu cuidei deles! Não desejo desapontá-los e tento não ser excessivamente protetora. São as pessoas que amo profundamente”, enfatiza a artista.
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Entrando em uma nova fase profissional — até mesmo alterou a grafia do nome, agora com duas letras ‘t’ — Anttónia compartilha que o trabalho é uma paixão familiar. “Estamos constantemente criando individualmente e, agora, coletivamente. O trabalho é algo que consideramos sagrado”, revela ela. Suas mudanças profissionais seguem um caminho não convencional. “Minhas escolhas são guiadas pela intuição, pelo sexto sentido. Minha composição costumava ser abstrata e de difícil compreensão. Eu quis me desafiar a compor de forma que as pessoas possam se identificar mais facilmente”, explica. Recentemente, ela lançou a colaboração “Me Leva” com Giovanni Cidreira (31) e “Suas Mentiras”. “É uma Anttónia que se tornou artisticamente mais acessível”, complementa.
“É um verdadeiro prazer conviver com meus filhos. O que realmente importa é encontrar a felicidade.”
Sendo a mais jovem do grupo, Ana Morais tem lidado bem com as pressões e comparações. “As comparações são a parte mais desafiadora, porque as pessoas presumem que você não pode ter sua própria identidade, especialmente para mim, que além de ser filha, sou irmã de artistas e a caçula! No entanto, estou cada vez mais encarando isso de maneira natural”, compartilha ela, mesmo não escapando das comparações físicas. “Sempre me confundem com a Anttónia, já me acostumei!”, diz Ana Morais com um sorriso. E para quem pensa que, por ser a mais nova, ela é a mais mimada, está enganado. “Às vezes, pareço a mais velha, sou muito centrada! Apesar de virmos de diferentes gerações, somos parceiras e quando nos reunimos, a diversão é garantida!”, ressalta ela.