Ailton Barros, ex-major do Exército, candidato a deputado estadual pelo PL-RJ nas eleições de 2022, e conhecido como “01 do Bolsonaro” durante a campanha, foi preso pela Polícia Federal no dia 3 de maio de 2023, acusado de envolvimento em um esquema de falsificação de dados de vacinação contra a Covid-19 que teria como beneficiários o ex-presidente Jair Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid Barbosa.
Mas as revelações da Polícia Federal não se limitaram a este esquema de falsificação de vacinas. Em mensagens obtidas durante a investigação, Ailton Barros afirma conhecer o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco, ocorrido em março de 2018 no Rio de Janeiro. A informação foi divulgada pelo G1 e confirmada pelo Metrópoles.
Marielle Franco era vereadora pelo PSOL e ativista dos direitos humanos, das mulheres e da população negra. Ela foi assassinada a tiros junto com seu motorista, Anderson Gomes, quando voltavam de um evento político no centro do Rio de Janeiro. O crime chocou o país e gerou grande comoção nacional e internacional.
Ailton Barros, que se apresentava como “01 do Bolsonaro” na campanha eleitoral, foi eleito suplente de deputado estadual pelo PL-RJ em 2022. Ele tinha várias fotos em suas redes sociais ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro, com quem mantinha proximidade política.
Apesar de não ter sido eleito, Ailton Barros continuou atuando na política. Em 2020, foi candidato a vereador pelo PRTB, mas não conseguiu se eleger. No mesmo ano, foi nomeado como assessor na Casa Civil do governo do Rio de Janeiro, mas foi exonerado do cargo em março de 2022.
A prisão de Ailton Barros e as revelações sobre seu suposto conhecimento do mandante do assassinato de Marielle Franco geraram grande repercussão na imprensa e nas redes sociais. O caso de Marielle Franco se tornou um símbolo da luta pelos direitos humanos no Brasil e sua morte ainda é cercada de mistério.
A Polícia Federal continua investigando o envolvimento de Ailton Barros no esquema de falsificação de dados de vacinação contra a Covid-19 e também suas declarações sobre o mandante do assassinato de Marielle Franco. A defesa de Ailton ainda não se manifestou sobre o assunto.
O Partido Liberal no Rio de Janeiro, ao qual Ailton Barros estava filiado, não quis comentar o caso. O ex-presidente Jair Bolsonaro também não se pronunciou sobre as revelações da Polícia Federal.
O caso de Ailton Barros e suas supostas relações com o assassinato de Marielle Franco são mais um capítulo na complexa história da política brasileira. O Brasil vive um momento de polarização política e social, com grandes desafios para a defesa da democracia, dos direitos humanos e da justiça social.
