O delegado Marcos Buss, da 25ª DP (Engenho Novo), afirmou nesta sexta-feira (31), durante entrevista à Globonews, que Júlia Cathermol, suspeita de matar o empresário Luiz Marcelo Ormond, não foi presa após prestar depoimento sobre o caso porque naquele momento não havia base legal para a prisão.
Júlia prestou depoimento sobre a morte do namorado no dia 22, dois dias após o corpo dele ser encontrado em estado avançado de decomposição. Em seu relato, ela contou que saiu da casa de Luiz na segunda-feira (20), após uma briga no domingo (19), mas disse que ele estava bem e que chegou a preparar o café da manhã para ela.
“Naquele momento não (tinha base legal para prendê-la). Porque ela não estava em flagrante e até aquele momento nós estávamos procurando a autoria e entender o que tinha acontecido”, disse o delegado Buss.
“Naquele momento, a Julia foi chamada e contou a história dela. As incoerências foram surgindo à medida que ela foi prestando as declarações”, completou.
O delegado Marcos Buss lembrou ainda que Júlia deu todo seu depoimento de forma fria e que, em determinado momento, ele disse que ela era a principal suspeita pelo crime. Segundo ele, nem assim ela demonstrou alguma emoção.
O delegado Marcos Buss lembrou ainda que Júlia deu todo seu depoimento de forma fria e que, em determinado momento, ele disse que ela era a principal suspeita pelo crime. Segundo ele, nem assim ela demonstrou alguma emoção.
“Eu falei pra ela: ‘Essa história não condiz com a realidade. Você falou que gostava tanto do Luiz Marcelo e eu acabei de falar que ele foi encontrado morto e você é a principal suspeita’. Ela não esboçou uma reação característica, uma reação típica de alguém que é confrontada com essa notícia”, comentou o delegado.
O investigador disse ainda que também estranhou que a suspeita foi prestar depoimento sem a presença de um advogado. Segundo o delegado, somente depois de outros depoimentos foi possível entender melhor a participação de Júlia no crime.
“Nós ouvimos diversas pessoas naquela mesma data e ao longo do dia foram surgindo diversas informações e fomos reunindo tudo ali. No dia que ouvimos a Julia, inclusive, achamos que ela sequer iria comparecer a delegacia”, disse.
A situação se tornou ainda mais complexa com os desdobramentos após o depoimento de Suyane Breschak. Ela, que se apresenta como cigana e amiga de Júlia Cathermol, foi presa sob suspeita de envolvimento na trama. Segundo a polícia, Suyane teria recebido bens da vítima e desempenhado um papel crucial no desenrolar dos acontecimentos.
Na delegacia, Suyane revelou detalhes sobre a relação com Júlia, descrevendo-a como sua mentora espiritual há 12 anos. Segundo ela, havia realizado diversos “trabalhos” para a suspeita, incluindo alguns com ex-namorados dela. De acordo com Suyane, esses “trabalhos” estavam relacionados a uma dívida de R$ 600 mil que Júlia teria contraído e vinha pagando há cinco anos, a uma taxa mensal de R$ 5 mil.
A cigana também expôs que Júlia trabalhava como garota de programa e que os “trabalhos” eram realizados para manter essa atividade em segredo de seus parceiros. Ela afirmou ter ficado sabendo da morte de Luiz Marcelo no dia 18, durante um churrasco que fez com a amiga logo após a entrega do veículo da vítima. O carro teria sido cedido para quitar parte da dívida, no valor de R$ 75 mil. Além disso, a cigana revelou que um ex-namorado de Júlia, que a ameaçava, também recebeu roupas e um ar-condicionado do empresário.
Outro indivíduo, Victor Ernesto de Souza Chaffi, foi preso por supostamente receber o carro da vítima.
As investigações indicam que o empresário morre envenenado por um Brigadeirão
— Fatos Históricos (@fatoshistoricoz) May 31, 2024
A suspeita do crime, Júlia Andrade Cathermol está foragida!
O corpo foi encontrado em estado avançado de decomposição, no apartamento dele
Imagens mostram que ele viveu normalmente no apartamento pic.twitter.com/IrJpX9z9Mc