Educação como fator de apartheid social, econômico e racial

Desigualdade Educacional no Brasil: Uma Realidade Alarmante

A educação no Brasil, que deveria ser um pilar da sociedade, reflete uma dura realidade marcada pela desigualdade social e racial. É impressionante pensar que, enquanto o país abriga uma quantidade significativa de milionários – cerca de 433 mil pessoas com patrimônio superior a um milhão de dólares, segundo um relatório do banco suíço UBS – a educação ainda é um campo de batalha entre classes e raças. O que se observa é que as escolas de alto desempenho, que deveriam ser modelos de inclusão e diversidade, acabam servindo como espaços de exclusão e segregação.

A Segregação nas Escolas de Alto Desempenho

Dados do Grupo de Estudos Multidisciplinares de Ação Afirmativa (GEMAA) mostram que a realidade das escolas particulares de elite no Brasil é alarmante. A grande maioria delas possui menos de 10% de alunos autodeclarados pretos e pardos. Em São Paulo, por exemplo, os dez colégios com melhores desempenhos no ENEM não atingiram a marca de 20% de alunos pretos ou pardos. Esses números nos fazem recordar dos tempos de segregação racial nos Estados Unidos, antes da década de 1960, quando leis já obsoletas limitavam o acesso à educação.