Conheça o PMMA: Produto Estético que Resultou na trágica Morte da Influencer de 33 Anos

A influenciadora Aline Maria Ferreira da Silva, de 33 anos, tornou-se mais uma vítima dos procedimentos estéticos no Brasil. Com uma base de 40 mil seguidores no Instagram, ela faleceu na terça-feira, dia 2 de julho, apenas dez dias após realizar um preenchimento para aumentar o volume dos glúteos.

A influenciadora fez o procedimento em uma clínica em Goiânia, onde foi aplicado PMMA (polimetilmetacrilato) nos glúteos. Essa substância é conhecida por sua má reputação entre médicos e já causou outras vítimas no Brasil.

Apesar de ser considerado arriscado para fins estéticos, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) permite o uso do PMMA para correção de rugas e restauração de volumes perdidos de tecidos devido ao envelhecimento. Desde 2004, o produto também é utilizado no SUS em cirurgias reparadoras para pacientes portadores de HIV/Aids e usuários de antirretrovirais.

Componente plástico

O PMMA, conforme definido pela Anvisa, é um componente plástico composto por microesferas de acrílico, também conhecido comercialmente por nomes como metacril, pexiglass ou lercite. Além das aplicações mencionadas anteriormente, como aumento dos lábios, tratamento de rugas profundas e preenchimento de cicatrizes, o produto pode ser utilizado para diversos fins estéticos.

Devido à sua natureza permanente, que não é absorvida pelo corpo ao longo do tempo, o Conselho Federal de Medicina recomenda que o PMMA seja utilizado apenas por médicos, em pequenas doses e com restrições. O órgão alerta que seu uso em grandes volumes é considerado inseguro e imprevisível, podendo resultar em reações adversas irreversíveis e permanentes, conforme afirmado em nota divulgada em 2013.

Em 2022, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC) também emitiu uma nota pública desaconselhando o uso do PMMA para fins estéticos, classificando o produto como “extremamente perigoso” quando utilizado fora das diretrizes estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina.

Veja o que diz o comunicado:

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) reafirma que o uso do polimetilmetacrilato (PMMA), conhecido popularmente como bioplastia, é extremamente perigoso quando não utilizado de acordo com as recomendações do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (CREMESP).

Apesar de sua disponibilidade no mercado, o PMMA pode resultar em complicações tanto precoces quanto tardias, que são difíceis de resolver. Entre essas complicações estão nódulos, massas, e processos inflamatórios e infecciosos, que podem causar danos estéticos e funcionais graves e irreversíveis. Portanto, a SBCP não recomenda seu uso para fins estéticos, limitando sua aplicação a correções de pequenas deformidades e em pacientes com lipodistrofia associada ao HIV.

Estudos científicos indicam que complicações graves como necroses, cegueira, embolia e óbito são mais frequentes com o PMMA, que é não-absorvível, em comparação com preenchedores absorvíveis. Isso evidencia a necessidade de evitar o uso indiscriminado do PMMA.

Recomendamos buscar um médico especializado para realizar procedimentos com injetáveis com segurança, pois esses profissionais estão capacitados para lidar com eventuais efeitos adversos e complicações. Sempre procure um especialista reconhecido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) ou pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Grazielly da Silva Barbosa, proprietária da clínica onde o procedimento estético foi realizado na influenciadora, foi presa pela Polícia Civil de Goiás na quarta-feira (3). A investigação está a cargo da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon) de Goiás.

A mãe de Aline Maria afirmou que sua filha confiava na empresária e também fez um apelo por justiça.