Jornalista da Record fala pela primeira vez após ser empurrada por colega da Band

Na última terça-feira (1º), uma cena inusitada — e infelizmente violenta — acabou roubando a atenção durante a transmissão ao vivo de dois dos programas mais assistidos da TV brasileira. A repórter Grace Abdou, da Record, acabou sendo agredida fisicamente pelo colega de profissão Lucas Martins, repórter da Band. Isso mesmo: dois jornalistas, de emissoras concorrentes, trabalhando ali no mesmo local, e no meio do caos de uma cobertura, a situação saiu do controle.

Tudo aconteceu quando Grace tava ao vivo no “Cidade Alerta”, aquele programa policial bem conhecido por cobrir ocorrências em tempo real. Já Lucas, da Band, fazia sua entrada no “Brasil Urgente”, outro programa do mesmo estilo, apresentado pelo Datena. O que ninguém esperava era que as câmeras — das próprias emissoras — acabassem flagrando o momento exato da agressão.

Poucas horas depois, já era um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. Muita gente ficou chocada, outros confusos, e claro, não faltaram especulações. Foi então que Grace resolveu se pronunciar. Usando os stories do Instagram, ela mandou o recado com todas as letras, em caixa alta: “NÃO PASSARÃO”. A mensagem era direta, curta, mas carregada de significado. Um recado claro contra qualquer tipo de violência — especialmente no ambiente de trabalho, que deveria ser seguro pra todos.

Ela também postou o comunicado oficial da Record, que não deixou por menos. A emissora condenou o ato e avisou que não só registrou um boletim de ocorrência, como também vai tomar as medidas judiciais cabíveis. A Band, por sua vez, também se manifestou, mas num tom mais contido. Internautas comentaram que esperavam uma postura mais firme, principalmente considerando que o agressor é parte da equipe da emissora.

Apesar do clima tenso, Grace fez questão de agradecer o carinho que recebeu. “Obrigada a todos os amigos e colegas de profissão que fazem o coração sorrir e tudo valer a pena! Está tudo bem!”, escreveu. Ela ainda trouxe um toque de leveza à situação ao citar uma frase do personagem Stitch, do filme “Lilo & Stitch” — sim, aquele desenho da Disney que mexe com o emocional de muita gente até hoje: “A vida não precisa ser perfeita para ser extraordinária. Basta estar cercado de quem faz o coração sorrir.”

Logo depois, ela começou a repostar diversas mensagens de apoio de outros profissionais da imprensa e seguidores. Muitos se solidarizaram, inclusive jornalistas de emissoras concorrentes, mostrando que, apesar das diferenças, agressão nunca é o caminho. E que, aliás, o jornalismo precisa de união — e não de briga por espaço.

O caso ainda tá sendo investigado. Até o momento, Lucas Martins não se manifestou publicamente. Nas redes, o clima ainda é de indignação, mas também de apoio a Grace, que demonstrou firmeza, maturidade e até uma pitada de ternura num momento tão delicado.

Num tempo em que jornalistas enfrentam todo tipo de hostilidade nas ruas — de polícia, de populares e agora até de colegas —, o episódio levanta um alerta: a disputa por audiência não pode ultrapassar o limite do respeito. Tem coisa que simplesmente não pode ser normalizada.

E é isso. O jornalismo não é ringue. E respeito, diferente do sensacionalismo, não deveria ser opcional.

Confira: