Matteus é denunciado ao Ministério Público por falsidade ideológica e sua prisão é solicitada

Matteus Amaral, ex-participante do Big Brother Brasil, enfrenta uma nova acusação enquanto permanece em silêncio sobre as alegações de que se autodeclarou preto para fraudar o sistema de cotas do vestibular do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Farroupilha (IFFAR) em 2014. O Ministério Público recebeu uma denúncia por crime de falsidade ideológica, pedindo investigação da instituição de ensino e a prisão de Amaral.

A denúncia foi protocolada pelo ativista Antonio Isuperio, que atualmente trabalha em uma instituição internacional de Direitos Humanos. A revista Contigo! teve acesso exclusivo ao documento. Isuperio acionou o Ministério Público, alegando que Amaral se autodeclarou preto para ingressar na instituição, configurando uma prática criminosa, já que sua verdadeira etnia é evidente.

“Que o indivíduo responda pelo crime de falsidade ideologia para adentrar a Universidade. A Faculdade e o Indivíduo devem ser responsabilizados. A Faculdade deve ser responsabilizada pela negligência e o indivíduo pelo crime de falsidade Ideológica. Código Penal – Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Falsidade ideológica | Art. 299 – Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular. Parágrafo único – Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte”, diz a solicitação.

O escândalo envolvendo Matteus Amaral ganhou força nas redes sociais na tarde de ontem (13), depois que um grupo de fãs de Davi Brito, campeão do BBB 24, compartilhou no Twitter os editais do vestibular de 2014 do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Farroupilha (IFFAR).

Hoje (14), a coluna obteve com exclusividade a confirmação da universidade de que Matteus Amaral realmente burlou o sistema de cotas para garantir sua vaga no curso de Engenharia Agrícola no IFFAR. A instituição justificou que isso foi possível devido à falta de um sistema eficaz para identificar fraudes na Lei de Cotas de 2012 e que só poderia ter tomado providências se houvesse uma denúncia, o que nunca ocorreu.

Matteus Amaral ainda não se manifestou sobre o caso. A coluna tentou contato com ele desde a manhã desta sexta-feira, mas até o momento, o vice-campeão do reality show da Globo não respondeu nem usou suas redes sociais para esclarecer a fraude cometida em 2014.

FRAUDE EXPOSTA

A Contigo! revelou em primeira-mão a confirmação de que Matteus Amaral fraudou o sistema vestibular do IFFAR. Veja a nota emitida pela instituição de ensino:

“Em 2014 o estudante Matteus Amaral Vargas ingressou no curso de bacharelado em Engenharia Agrícola oferecido em conjunto com a Unipampa. A inscrição dele foi feita nas vagas destinadas a candidatos pretos/pardos. Essas informações constam no Edital no 046/2014, que é público e traz o resultado da seleção desse curso naquele ano. Esse curso, oferecido em conjunto com a Unipampa, não é mais ofertado pelo IFFar desde 2021. O Matteus Amaral Vargas também não é mais estudante do IFFar.

Em relação ao ingresso pelas cotas, é importantíssimo ficar claro que, naquela época, de acordo com a Lei de Cotas de 2012, o único documento exigido para a inscrição nas cotas era a autodeclaração do candidato. Assim como em outras instituições federais de ensino, não havia mecanismo de verificação ou comprovação da declaração do candidato. Os editais, contudo, continham a informação de que, ‘a constatação de qualquer tipo de fraude na realização do processo sujeita o candidato à perda da vaga e às penalidades da Lei, em qualquer época, mesmo após a matrícula’.