Edmilson de Amorim Ferreira, conhecido como Missinho, faleceu aos 64 anos nesta quinta-feira, 16, em Salvador. O cantor foi um dos fundadores e o primeiro vocalista da banda de axé Chiclete com Banana, tendo integrado o grupo de 1980 a 1986.
De acordo com a família, a causa da morte de Missinho foi falência múltipla dos órgãos. O cantor foi internado no início de maio no Hospital Roberto Santos, em Salvador, devido a uma crise renal. O quadro foi agravado pela diabetes. Anteriormente, ele já havia passado três meses hospitalizado.
O velório está agendado para sexta-feira, 17, às 9h, no Cemitério Bosque da Paz, e será aberto ao público. A cerimônia de cremação está marcada para às 11h30.
O Chiclete com Banana prestou homenagem ao ex-vocalista com uma publicação no perfil oficial da banda no Instagram. A mensagem diz: “Foi bom o tempo que ele quis ficar no Chiclete com Banana. A sua participação foi de fundamental importância. Teve espaço pra mostrar o seu talento, e mostrou”.
O texto destaca que Missinho compôs canções autorais para o grupo, como “Jamaica”, “Tiete do Chiclete” e “Lua Menina”, e também introduziu o ‘forró raiz’ ao Chiclete com Banana. Após sua saída para seguir carreira solo, foi substituído por Bell Marques, que permaneceu no grupo até 2014.
A banda expressa seus desejos: “Que o seu som ecoe bem alto por todos os cantos, carregando sua poesia pelas esquinas da alegria, e que seu novo caminho seja cheio de paz e notas musicais que formem acordes de luz por onde passar”.
Saiba mais:
A Banda CHICLETE COM BANANA teve sua origem no grupo SCORPIUS, composto por Bell Marques, Wadinho Marques, Rey, Waltinho Cruz e Deny. O SCORPIUS se destacava em festas de formatura como um autêntico conjunto de bailes. Bell e Wadinho já faziam parte desse grupo, que mais tarde se uniria aos outros integrantes.
Em 1980, abraçando a ideia de Bell de se apresentarem em um TRIO ELÉTRICO, foram contratados pelo Bloco TAZ OS MONTES para tocar no Carnaval daquele ano. No ano seguinte, o engenheiro de som Wilson Silva (irmão de Bell e Wadinho) sugeriu e implementou uma ideia revolucionária: fechar toda a lateral do Trio com caixas de som e utilizar equipamentos de potência transistorizada. Isso permitiu que todos os músicos tocassem na parte superior do trio, uma mudança significativa na época, já que nos trios elétricos convencionais, a percussão ficava nas laterais inferiores e apenas os músicos de corda permaneciam na parte superior. Essa inovação foi a maior revolução no trio elétrico durante a década de 80.
Em 1982, a BACAROLA, subsidiária da gravadora ARIOLA, convidou a banda para gravar um disco. Surgiu então o desejo de mudar o nome da banda, já que SCORPIUS estava considerado ultrapassado. Pediram sugestões a NILDÃO, um cartunista e artista gráfico, buscando um nome que causasse impacto e polêmica. Nildão, que já conhecia o grupo e sua mistura de ritmos, sugeriu: “CHICLETE COM BANANA”.
Para explicar a mudança de nome para “Chiclete com Banana” para os amigos e a imprensa, o grupo inventou várias histórias que se tornaram lendas. Uma delas é que, após um baile em uma cidade do interior, onde não encontraram comida além de chicletes e bananas em uma barraca, decidiram adotar o nome da banda baseado nessa experiência.
Outra história engraçada é sobre um disco voador que teria pousado em uma praia, deixando escrito na areia o nome “Chiclete com Banana”.
Com o nome escolhido, o grupo gravou seu primeiro LP em 1982, intitulado “Traz os Montes”, que teve vendas modestas, principalmente regionalmente. Em seguida, lançaram o segundo LP, “Estação das Cores”, pela gravadora Continental, com músicas como “Meu Balão” e “Estação das Cores” sendo as mais executadas.