“Cleide Victória compartilhou em suas redes sociais a difícil jornada de sua filha, Gislaine Victor, de 28 anos, que foi diagnosticada com uma bactéria no estômago. Apesar dos vários medicamentos prescritos, a dor persistia, resultando em uma significativa perda de peso e um estado debilitado. Os médicos consideraram inicialmente a possibilidade de hepatite ou problemas na vesícula, devido à falta de apetite de Gislaine. As dores começaram em dezembro e, após consultar três médicos, um pelo SUS, outro particular e o terceiro pelo convênio, a descoberta surpreendente foi revelada: a causa da enfermidade era, na verdade, uma gestação!”
“Somente em fevereiro, em um ultrassom, descobrimos que ela estava grávida de 36 semanas e iria nascer a qualquer momento. Eu agradeci a Deus por ser um bebê e não uma doença, mas como passamos por três médicos e nenhum descobriu?”, questionou a avó sobre o fato de nenhum deles terem examinado a filha. Lorena Victoria nasceu no dia 14 de fevereiro em Porto Velho, Rondônia, no susto e sem qualquer enxoval.
Em entrevista à CRESCER, Gislaine, que já tinha tres filhos, contou em detalhes como tudo aconteceu.
“Eu vinha tendo dores no estômago há algum tempo, mas as dores passavam com remédio e não passavam de um dia de dor. Ou seja, eu tomava o medicamento e passava a dor no mesmo dia. Só que em dezembro de 2019, dia 14 ou 15, eu acordei de madrugada sentindo muita dor. Tomei o remédio, mas, dessa vez, não passou. Era um domingo. Tomei chá de laranja e fui tentando tratar a dor em casa mesmo, não passou e foi se intensificando. Na madrugada seguinte, a dor não me deixou dormir. Eu não conseguia deitar e nem sentar. Ficou insuportável e eu esperei amanhecer e chamei meu esposo pra me acompanhar até a Upa.
Chegamos na Upa umas 8hs da manhã e pela pressão alta fui atendida até rápido. Falei pra médica que estava sentindo dor e que, inclusive, estava vomitando, e que o remédio não fez efeito. Ela falou algo do tipo que era normal a dor intensificar pelo fato de não ter tratado o problema ainda. Acho que a consulta durou uns 5 minutos. Ela não me examinou e não me fez mais perguntas, além da rotineira: ‘O que vc está sentindo?’ Essa foi a primeira médica que fui, e foi ela quem me passou uma endoscopia e me medicou com remédio pra dor na veia, além de um medicamento para vômito. Fiquei um tempinho na Upa esperando a dor amenizar conforme ela orientou e voltei pra casa. A dor tinha realmente amenizado, mas não tinha sumido completamente. Eu, pelo menos, consegui dormir naquela tarde.
No dia seguinte, fui até uma clínica particular e paguei pela endoscopia. As dores já tinham se intensificado de novo. Nesses três dias de dor, eu já não conseguia me alimentar direito. Era só o básico pra manter o corpo em pé. Paguei R$ 150 pela endoscopia e mais R$ 50 para a médica da clínica me atender, a segunda médica, no caso. E foi a mesma coisa: ela não me examinou, só olhou o laudo da endoscopia, falou que era gastrite, passou o remédio para tratar, perguntou se eu tinha alergia e me orientou em questão ao remédio prescrito. Com a ajuda da minha mãe, comprei o remédio que custava quase R$ 200 reais a caixa.
“Foram três dias intensos até eu compreender que estava grávida e o bebê nascer. A descoberta aconteceu na terça-feira (11) e Lorena Victoria veio ao mundo na madrugada de sexta-feira (14). Foi tudo tão rápido que não deu tempo para nada; família e amigos se mobilizaram às pressas em busca de roupas para levar à maternidade. Foi uma verdadeira confusão, pois ninguém sabia o sexo do bebê nem que tipo de roupa comprar. No entanto, estamos bem. Ambas passamos por todos os exames necessários ainda na maternidade. Uma semana depois, ainda me sinto confusa, mas estou aceitando a situação. Chorei muito no dia do nascimento, mas foi apenas o choque inicial. Para mim, ela é o bebê mais lindo do mundo.”


